Navega, descobre tesouros, mas não os tires do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admira a Lua, sonha com ela, mas não queiras trazê-la para Terra.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele. O calor é para todos.
Sonha com as estrelas, apenas sonha, elas só podem brilhar no céu.
Não tentes deter o vento, ele precisa correr por toda a parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
As lágrimas? Não as seques, elas precisam correr na minha, na tua, em todas as faces.
O sorriso! Esse deves segurar, não o deixes ir embora, agarra-o!
Quem amas? Guarda dentro de um porta jóias, tranca, perde a chave! Quem amas é a maior jóia que possuis, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira, conserva a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abre todas as janelas que encontrares e as portas também. Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho. Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.
Descobre-te todos os dias, deixa-te levar pelas tuas vontades, mas não enlouqueças por elas.
Procura! Procura sempre o fim de uma história, seja ela qual for.
Dá um sorriso àqueles que esqueceram como se faz isso. Olha para o lado, há alguém que precisa de ti. Abastece o teu coração de fé, não a percas nunca.
Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los. Agoniza de dor por um amigo, só sairás dessa agonia se conseguires tirá-lo também.
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura. Arrepende-te, volta atrás, pede perdão!
Não te acostumes com o que não te faz feliz, revolta-te quando julgares necessário. Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela.
Se achares que precisas de voltar atrás, volta! Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado, começa novamente. Se estiver tudo certo, continua.
Se sentires saudades, mata-as. Se perderes um amor, não te percas! Se o achares, segura-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. "O mais é nada".
Esta música é uma pérola! E, neste cenário, transformou-se num diamante! "Se Amar Fosse Suficiente", estaríamos todos num mundo bem melhor...
Se Amar Fosse Suficiente
Eu sonho com seu rosto, sinto saudades do seu corpo E em seguida imagino-o fazendo parte do meu cenário Eu teria tanta coisa para lhe dizer, se eu soubesse como Como fazer com que ele leia nos meus pensamentos?
Mas como fazem as pessoas que conseguem tudo o que querem? Que me apontem meus erros e também minhas ilusões Eu daria minha alma, meu coração e todo o meu tempo Mas, por mais que eu entregue tudo, tudo não é suficiente
Se fosse suficiente a gente se amar, se amar fosse suficiente Se a gente mudasse um pouco as coisas, só pelo prazer de compartilhar Se fosse suficiente a gente se amar, se amar fosse suficiente Eu faria deste mundo um sonho, uma eternidade
Fico sangrando em meus pensamentos, uma pétala seca cai Quando as lágrimas que outros derramaram me atormentam A vida não é hermética, minha ilha fica debaixo do vento As portas deixam entrar os gritos mesmo quando estão fechadas
A criança no jardim, flores na sacada Minha vida calma onde ouço bater cada coração Quando as nuvens ficam escuras, mau presságio Que tipo de arma é usada no país de nossos medos?
Se fosse suficiente a gente se amar, se amar fosse suficiente Sa a gente mudasse um pouco as coisas, só pelo prazer de compartilhar Se fosse suficiente a gente se amar, se amar fosse suficiente Eu faria deste mundo um sonho, uma eternidade
Se fosse suficiente a gente se amar, se amar fosse suficiente Se a gente pudesse mudar as coisas e começar tudo outra vez Se fosse suficiente a gente se amar, se amar fosse suficiente Faríamos deste sonho um mundo Se amar fosse suficiente
Para todas aquelas que pessoas que sofrem por um amor perdido. Que esta música seja o ponto de partida, a viragem da página. Que esta seja a última lágrima... O amanhã existe, está aí à porta, deixem-no entrar ;)
Quando li este excerto do livro da Margarida Rebelo Pinto achei assombrosa a forma que a autora usou para transmitir os sentimentos da personagem, como se fosse algo real e não imaginário! Cheguei a ler num blogue parte deste mesmo excerto que um filho usou para transmitir à sua mãe o que sentia por ela. A falta de amor que foi sentindo da sua parte ao longo dos anos, as desilusões. Mas, no fim dizia que a perdoava, pois só assim poderia seguir em frente. Duas ou três pessoas que eu conheço leram este mesmo excerto e se identificaram com ele também. Em algum cantinho do texto há sempre algo que parece escrito, sentido, vivido por cada um nós. Por isso, aqui fica! Pode ser que faça jeito a mais alguém ;).
"Não sei como começar esta carta, nem sei se ela fará algum sentido, mas preciso de te transmitir tudo o que ficou por dizer, antes que rebente de mágoa e de tristeza, antes que os dias se sucedam num absurdo tão vazio e idiota que perca a vontade de viver. Tenho à minha frente o caderno que te comecei a escrever, uma espécie de diário da minha paixão contida por ti, aquele que nunca quiseste ler, embora me tivesses alimentado a esperança de um futuro longínquo, que um dia talvez pudéssemos partilhar, um projecto de vida futura que nunca passou da minha imaginação ou do teu delírio. Mas de que vale o amor sem um futuro sonhado, mesmo que nunca se concretize? Toda a nossa existência tem por condição a infidelidade a nós próprios. Fui muitas vezes na minha vida, infiel aos outros, mas sobretudo a mim própria, quando me recusava a escutar o meu próprio coração. Olho para trás e vejo com tristeza que os meus erros contaminaram as recordações do tempo em que ainda não os havia cometido e isso faz-me sentir culpada de coisas que não fiz. Por isso aplico a mim mesma uma espécie de autoflagelação, esperando que a dor infligida apague a original e, quando a segunda se esfumar, pouco mais reste da primeira, a não ser o sabor eterno e amargo de uma perda irreparável. O primeiro erro que cometi foi ter-me apaixonado por ti. Não sei ainda hoje explicar o que me aconteceu. É como se de repente tivesse saído de dentro de mim própria e assistisse ao desenrolar da paixão que crescia desmesuradamente, sem quereres ou saberes, tenhas tocado nos pontos cardeais da minha insegurança e deles se tivesse acendido uma luz que segui, cega e surda, como os insectos numa noite de Verão à volta de uma lâmpada que alguém se esqueceu de apagar. Mas o amor é mesmo assim: absoluto, estúpido e tudo menos sensato. Ou talvez me tenha apaixonado apenas pela tua imagem e, quando te tornaste real aos meus olhos, te tenha adaptado a um ideal humanamente perfeito, à luz do meu desejo. De qualquer forma, apaixonei-me por ti e esse foi o erro primordial, o primeiro de todos, provavelmente o único importante. Os outros erros nunca se teriam dado se este primeiro não tivesse crescido como uma bola de neve perdida numa avalanche. O segundo erro, e deste assumo toda a culpa, foi não te ter escondido que te amava. Queria-te tanto que pensei que isso te obrigaria a amar-me. Como fui burra e infantil! O amor e a gratidão nada têm a ver um com o outro, embora ambos mascarem estados de afecto. O amor não se procura. Simplesmente vem-nos parar às mãos e só amamos o que é diferente, mesmo que nos pareça de algum modo semelhante. Tu tens essa diferença, que me cativou. Mas devia ter aprendido a escutar os teus sinais e a decifrá-los, antes de me denunciar com os meus, bem menos subtis, bem mais temerários. Sou uma guerreira, o amor é a minha arma. O meu coração é o meu escudo, avanço sem lança nem capacete, caio e levanto-me as vezes que for preciso, mas não paro nunca. A não ser que o caminho se feche. Quando te foste embora, percebi que a tua porta se tinha fechado para sempre. O coração quando se fecha faz muito mais barulho do que uma porta, e acredita, oiço ainda o barulho do teu silêncio, como uma pedra encostada à garganta. Mas serviu-me para aprender algumas coisas, entre as quais que estar quieta também é uma acção. E ao ficar quieta, consegui parar de sonhar, e comecei a viver cada dia um atrás do outro, a sair para a rua e respirar o ar aquecido pela luz do Sol como uma dádiva de Deus. Quando sonhamos muito corremos o risco de deixar de viver neste mundo, passamos para outra dimensão e não raras vezes transportamos connosco aqueles que amamos. E aquilo com que sonhamos, passa a ser nosso desejo e é em função disso que respiramos, vivemos, adormecemos e acordamos. O meu terceiro erro, já te disse qual foi. Caímos num duplo equívoco: nunca acreditaste que eu gostasse de ti e sempre gostei; nunca acreditei que não me amasses e afinal não chegaste sequer a gostar de mim. No amor, os homens são paranóicos e as mulheres obsessivas. Eles não acreditam no amor delas e elas não admitem a falta de amor neles. Amei-te de uma forma desajeitada, arrebatadora e incondicional, sempre querendo e desejando o melhor para ti. O melhor, só tu mesmo poderás encontrar e hoje estou certa que não passa por mim. Não é a dor da rejeição que me massacra, é a dor de saber que nada poderá sobrar deste amor. Que a amizade não tem espaço nem voz entre nós. Cada vez mais acredito que amar é dar e tudo o que não é dado, perde-se. E que a amizade é talvez a mais bela forma de amor, porque é gratuita e intemporal, não precisa de promessas nem de carne, nem se desfaz com zangas, nem se desvirtua com o tempo. Mas não te posso dar o meu carinho, o meu afecto, o meu amor domesticado em amizade, se nem sequer tens a grandeza de abrir os braços para a receber. Com a morte deste amor por ti, morre também uma parte de mim, algo cujos contornos não consigo ainda delinear mas que com o tempo perceberei, quando a alma apaziguada fechar as feridas desta minha dor derrotada e passiva perante o teu silêncio e a tua mascarada indiferença. Mas é melhor que nunca mais se cruzem os nossos olhares, é melhor que a palavra adeus seja mesmo essa e não outra. Chegámos ao fim do caminho. A partir daqui todas as palavras serão inúteis. Nunca saberei até que ponto ages com o coração ou apenas com a cabeça. Até que ponto te entregas ou apenas jogas. Até que ponto sentes e ages, ou apenas observas. E é por nunca ter sabido quem és, que um dia te conseguirei esquecer."
Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demónio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demónio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles. Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus !' Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direcção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas ? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Eu não vou estranhar o céu . . . Sabe porque ? Porque... Ser seu amigo já é um pedaço dele!
Playground school bell rings again Rain clouds come to play again Has no one told you she's not breathing? Hello I'm your mind giving you someone to talk to Hello
If I smile and don't believe Soon I know I'll wake from this dream Don't try to fix me, I'm not broken Hello I am the lie living for you so you can hide Don't cry
Suddenly I know I'm not sleeping Hello I'm still here All that's left of yesterday
A incerteza cai com a tarde no limite da praia. Um pássaro apanhou-a, como se fosse um peixe, e sobrevoa as dunas levando-a no bico. O seu desenho é nítido, sem as sombras da dúvida ou as manchas indecisas da angústia. Termina com a interrogação, os traços do fim, o recorte branco de ondas na maré baixa. Subo a estrofe até apanhar esse pássaro com o verso, prendo-o à frase, para que as suas asas deixem de bater e o bico se abra. Então, a incerteza cai-me na página, e arrasta-se pelo poema, até me escorrer pelos dedos para dentro da própria alma.