segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Desejo...


Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outros sim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

Victor Hugo

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A tua alma merece



Os pássaros me acordaram
Quando o madrugar clareou;
Com o seu chilrear me lembraram
Um novo rosto que chegou...

O seu corpo imagino a flutuar,
Num jardim de mil aromas e desejos
Onde, entre o sol e o luar
Gostava de receber seus doces beijos.

Vem não tenhas medo
Eu guardo segredo
Às nuvens quero ir contigo...

Se a amizade o amor tece
A tua alma merece
Ter um poeta por Amigo.

Joaquim Brandão

Valsa da Vida

Valsa da vida
de lá para cá
de cá para lá
em rodopio
constante.
Mão com mão
braços nas cinturas
corpos unidos
na suavidade
de notas
e ritmos
com indefinidos
rumos
... é a valsa da vida!...


Eduardo Roseira

Setembro é um bom mês para começar


E se os melhores dias das nossas vidas
ainda estiverem para vir?
Isto qundo acaba, acaba. E se estamos
vivos, ainda não acabou.
Dizem os velhos mesmo velhos que Setembro
é mes de recordar. Mas a nossa vida é toda
para adiante. Os velhos que recordem e
relembrem, deixá-los a teorizar sobre
erros feito e refeitos. Nós, vamos calçar
os nossos melhores sapatos e vamos ver
o que a noite tem para mostrar. Vamos
à nossa vida sem nos preocuparmos em
lembrar.
Vamos dar à sola com o coração todo à
mostra.
Quem procura, anda à procura e os caminhos
fazem-se caminhando.
O que tens à tua frente é um primeiro
passo.
O tens nas mãos é um mapa para um
começo possível, um brinde eterno aos
novos inícios.
Avança, Setembro é um bom mês para começar
outra vez.

Autor Desconhecido

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Alma perdida de poeta


Sou alma perdida de poeta. Sou botão de rosa ainda por desabrochar. Sou melodia desafinada preparada para ser melhorada pelos compositores, pelos protagonistas da minha música. Sou o livro por preencher, as páginas que aguardam ser recheadas de histórias e contos. Sou a alma desencontrada de poeta. Sou a imagem que vejo ao espelho não sabendo, no entanto, quem verdadeiramente sou. Sou o botão de rosa que espera o seu momento para desabrochar. Espero ser dominada por palavras tão perfeitas! Olho para a minha imagem e noto o quanto preciso de engrandecer. O quanto necessito de crescer e de saber arriscar. Sou quem sou e ao ser quem sou transcrevo escrevendo aquilo que me domina não sabendo no entanto o que realmente faço. Sou alma perdida de poeta que anseia ser descoberta.

Vera Garcia