quarta-feira, 16 de julho de 2008

À Procura de Ti


Fui corsária em busca de ricos tesouros.
Pirata terrivel, desprovida de dó, ferida no peito, maldizente do destino.
No meio da imensidão do mar encontrei, ao olhar para o ceú, por entre as estrelas, o brilho do teu olhar. O mais singelo e puro de todos aqueles que jamais os meus olhos haviam visto.
Ao segui-lo fui parar a terra e transformei-me em poeta, trovadora que ia cantando o amor que em mim fizeste despontar. Procurei-te, segui o teu rasto. Foste meu ímpeto, minha força, minha bús
sola, minha estrela guia.
Sem saber ler as palavras do mapa da vida, deixei-me guiar pelos sentidos, pelo bater do meu coração.
Achei-me como Pessoa, desejei ser como Camões para te contemplar com belos poemas de ternura. Quando te encontrei, disseste-me que era apenas eu e que assim é que me querias.
Despi a capa de pirata ambiciosa. Tirei o manto de salteadora e vesti o de escrava. Tornei-me cativa do teu beijo, prisioneira da paixão, serva dos teus ensejos.
Deixei de almejar imensos tesouros pois em ti encontrei a vida, contigo aprendi a chorar, a sentir e a cultivar o amor. E, quando te envolvo nos meus braços julgo-me a rainha do mundo que protege a sua maior riqueza: tu...minh'alma, meu fado.


Texto: Filipa Moledo
Foto: Liliana Sanches

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