quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Credo


Creio na tua voz, que me acalenta
Creio no teu olhar, que me quebranta
Ao teu querer, a sombra se levanta
E se transforma em vida, que me tenta.

Creio na tua boca, doce e lenta
A estrangular-me os gritos na garganta
Creio nas tuas mãos tão fortes - quanta
Sede a tua carícia de sedenta!

Creio no teu poder, que me domina,
E traça, nesta vida, a minha sina
Na embriaguez, na dor de ser mulher.

E a vida é grande! A vida é boa e linda!
Mas, se além dela, eu for contigo ainda...
Será tão bom, amor, tão bom morrer...

Texto: Albertina Saguer
Foto: Tomohide Ikeya

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